Democracia, é de fato uma conquista?
- Marcus M. C. Gómez
- 10 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Hoje acordei no horário de costume e liguei a TV para ter notícias da tão esperada eleição americana e, como o resto do mundo, fiquei pasmo ante a vitória de Donald Trump ao cargo mais poderoso do planeta. Tinha por seguro e irrevogável a eleição da primeira presidente mulher nos EUA, Hillary Clinton.
Após alguns instantes pra me reestabelecer, comecei a ponderar sobre o assunto e me senti um completo idiota. Claro, pensando agora, é óbvio que isso ocorreria, os Simpsons já haviam previsto, hahaha.
Brincadeiras à parte, como sempre digo, os políticos são um reflexo do povo.
Grandes pensadores da história como Platão e Nietzsche já se declaravam contra a democracia. Tais pensadores já tinham plena ciência da ignorância do povo em geral, esperar que o povo decida o que é o melhor para si, é o mesmo que esperar que crianças decidam o melhor para elas.

Ao contrário do que o mundo estereotipa dos americanos, como intelectuais, letrados e defensores da humanidade, a grande massa americana, é prepotente, arrogante, racista e preconceituosa. Sejamos justos, essa condição não é privilégio americano, em praticamente todos os países do mundo a grande massa é ignorante e totalmente despreparada. O que acontece, é que só temos contato com as elites ou os intelectuais dos outros países, visto que eles têm abertura nas mídias internacionais. Sendo assim, criamos um falso conceito de que tal povo é muito mais culto, instruído e preparado que nós. Haja vista que, contrariando todos os especialista políticos e econômicos do mundo, os ingleses, em seu referendo popular, votaram pela saída da Inglaterra da união européia. A surpresa foi tão grande que o próprio líder da campanha não acreditou na vitória e renunciou à sua posição imediatamente após lograr êxito.
Então, se a democracia é tão ruim, qual a melhor forma de governo?
A resposta a essa pergunta é muito mais complexa do que parece.
Devemos considerar que as pessoas que detém os meios para gerir o país, inevitavelmente, sempre são da elite. Sempre? Sim, sempre, por que a elite tem condições de estudo e preparo político, econômico, social e etc.
O problema é exatamente esse, pedirmos para os "preparados" decidirem o futuro de qualquer nação é assinar o atestado de óbito das classes mais baixas. Os detentores dos meios de produção sempre buscarão estar no poder, já dizia Maquiavel no século XVI. Falado isso, já sabemos duas coisas, não podemos deixar o povo decidir e não podemos deixar a elite decidir. Qual a solução?
A solução é acabar com a desigualdade entre as classes. Desigualdade social?
Também, mas ainda mais importante é acabar com a desigualdade intelectual. Um povo letrado e estudado sabe escolher de maneira consciente, politizada e preparada sobre o próprio futuro. Só assim, a democracia tenderá a funcionar da maneira prevista.
Enquanto não conseguimos progredir para uma democracia "Plus", vamos nos virando com o que temos. Se cada um fizer melhor de si mesmo, e assumir suas responsabilidades e só depois seus direitos, poderemos esperar ver alguma mudança.
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