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E se seu filho for Gay?

  • Marcus M. C. Gómez
  • 18 de out. de 2016
  • 3 min de leitura

Com certeza você já ouviu essa pergunta alguma vez na vida. Não sei por que, mas essa é uma preocupação recorrente em debates de bar ou churrascos de amigos. Tendo já participado dessa discussão algumas vezes, muito mais do que gostaria, confesso, me sinto à vontade de expor meu ponto de vista a respeito. Invariavelmente quem levanta essa questão é quem tem a visão mais antiquada e fechada em respeito ao assunto. O pior são os absurdos que constantemente eu ouço, coisas do tipo, eu dava uma surra, eu punha para fora de casa ou ainda, não seria mais meu filho. Primeiro, tentemos entender o por que de tanto ódio e tanta ressalva com a possibilidade de ter um filho gay. Vivemos em uma sociedade extremamente machista e pautada em uma cultura judaico-cristã, onde a homosexualidade é reprimida e tida como errada. Ainda mais, os esteriótipos de "macho alfa" ou de mulher "do lar" ainda tendem a ser o predicado essencial para se propor o sucesso na criação dos filhos. Agora, analisemos os por quês.

Independente de qualquer crença religiosa que você possa ter, salvo engano, a "salvação" é sempre individual. Em todos os meus estudos sobre religiões eu nunca encontrei uma em que sua "salvação" dependesse da atitute alheia. Então, mesmo que você acredite, por causa de sua crença, que ser gay privará seu filho de uma suposta salvação, não será ele responsável por seus atos? Ou pior? Você reprime seu filho por que tem medo do que os outros irão pensar sobre você? Ou porque ele não se encaixa no que se espera dele? Se forem esses os casos, acredito realmente que está falhando vergonhosamente em seu papel como pai. Não é papel dos pais proporcionar meios para que seus filhos se desenvolvam da melhor maneira possível, seja, emocional, cultural, financeira ou intelectualmente? Em primeiro lugar devemos entender que absolutamente ninguém VIRA gay, não é uma escolha que se faça, como decidir que roupa se usará hoje. A orientação sexual se manifesta de diversas maneiras e modos diferentes, sem qualquer interferência do intelecto. Tanto isso é verdade que muitas pessoas reprimem seus impulsos sexuais por anos, querendo se enquadrar nos padrões esperados, inevitavelmente em vão. Bom, posso falar única e exclusivamente por mim, meus filhos são o que eu mais amo nessa vida, são a verdadeira tradução de amor incondicional, morreria por eles sem a menor fração de dúvida ou qualquer hesitação. Supondo que algum dos meus filhos se descubra gay, deixarei eu de amá-lo? Irei agredir meu filho? Vou excluí-lo da minha vida? Tais possibilidades me soam de um absurdo tamanho que não posso nem dimensionar. O que eu mais quero da vida? Quero que meus filhos sejam felizes e realizados como pessoas. Quero que se tornem pessoas de bem, honestos, trabalhadores, bem quistos. Que diferença faz a orientação sexual?? O que isso influirá no seu caráter? Tais perguntas podem ajudar a refletir sobre os absurdos de um discurso de ódio. O que mais importa pra você, a felicidade do seu filho ou o que você acha que é certo? Nos últimos 50 anos o mundo mudou mais do que nos 40.000 anos anteriores, não abrir a cabeça para novos horizontes é um suicídio intelectual, emocional e cultural. Permita-se questionar seus paradigmas e suas certezas todos os dias. Sobretudo, aplique o amor pregado por Jesus, ame ao próximo. E quem mais próximo e mais digno de seu amor do que seus filhos? Marcus M. C. Gómez


 
 
 

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