Feliz? Só pela metade...
- Marcus M. C. Gómez
- 10 de out. de 2016
- 2 min de leitura
Estou prestes a ser pai novamente, esse turbilhão de sentimentos, emoções e sobretudo amor é um presente em minha vida e na vida da minha família.
Apesar de estar em êxtase pelo chegada de um novo rebento, minha felicidade é turvada ao avaliar nosso mundo hoje.
Assistindo o telejornal hoje cedo vejo uma reportagem sobre as crianças vitimadas pela guerra na Síria, uma neném de apenas 30 dias é resgatada dos escombros de um bombardeio. Ontem, sobre o mesmo tema, vi um pai moribundo chorar copiosamente por ter encontrado o filho de 4 anos cinco dias após outro bombardeio.
Vejo meu filho feliz e seguro no sofá, brincando com seu tablet e balbuciando palavras em inglês, ele está aprendendo o terceiro idioma e ainda não tem três anos e meio.
Minha felicidade não é plena. Como podemos ser felizes de fato sabendo que pessoas em todo o mundo sofrem de tal maneira?
E não está só lá do outro lado do mundo, está na esquina da minha casa, no meu bairro, na minha cidade, no meu país. Como posso estar feliz de fato vendo um pai e uma mãe enterrar seus filhos simplesmente por que alguém quer o poder, mais dinheiro ou seja lá qual for o motivo da guerra?

Alguém me diz: "tenha fé", e eu já não posso, eu tenho sim esperança, esperança que as coisas mudem, esperança que aos poucos melhore, esperança que haja mais amor.
A fé é a certeza de coisas esperadas que não podem ser provadas, enquanto a esperança é a expectativa de que tais coisas ocorram ainda que improváveis.
Tenho muita esperança, mas ao observar o mundo como ele é de fato, me lembro da passagem bíblica do dilúvio, "Deus deplorou ter feito o homem", assim com profunda esperança de estar errado eu concluo: "O homem foi um projeto que deu errado".
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